Nem toda dor vem com lágrimas visíveis. Muitas mulheres vivem o luto em silêncio, engolindo sentimentos por medo de incomodar, parecerem fracas ou simplesmente por não encontrarem um espaço seguro para expressar o que sentem. Este tipo de luto é profundo, muitas vezes invisível, mas devastador.
O luto silencioso surge após perdas que a sociedade não reconhece, como um aborto, o fim de um relacionamento, a perda de um sonho ou a morte de alguém cuja ausência se torna um tabu. A mulher se cala quando não se sente no direito de sofrer, mas o silêncio não anula a dor — apenas a esconde.
Acolher esse luto exige empatia e a coragem de criar espaços seguros onde a dor possa se manifestar sem julgamento. É preciso reconhecer que toda perda tem direito à expressão, e que não há uma forma "certa" de sentir.
Para você que vive um luto silencioso: a sua dor importa. O seu silêncio é tão alto quanto qualquer grito. Não se cobre por explicações; o seu coração só precisa de cuidado.
Perguntas para Reflexão Pessoal
1. Que tipo de perda você viveu (ou está vivendo) que sente que não foi reconhecida pelos outros?
R: Perdi entes queridos na minha caminhada, mas a dor de algumas dessas perdas foi ignorada. Infelizmente, precisei esconder o que eu sentia para lidar com a falta de respeito daqueles que me cercavam e não souberam reconhecer o meu luto.
2. Em que momentos você sentiu vontade de chorar ou falar, mas se calou? Por quê?
R: Chega um momento em que é preciso se desfazer dos pertences de quem amamos e que já se foi. É difícil, e você se vê na urgência de engolir o choro, tentando ser prático para que a dor desse momento passe o mais rápido possível.
3. Que impacto esse silêncio teve (ou ainda tem) sobre o seu corpo, sua mente e sua fé?
R: Minha mente se adaptou a processar a dor de forma fria, uma defesa para não sofrer em demasia. O problema é que o corpo se tornou meu inimigo, direcionando todo o peso desse luto para um aumento de peso e um cansaço excessivo.
Mas em contrapartida a minha fé cresce a cada dia. A certeza de que Cristo venceu o mundo e que ninguém pode ser contra mim faz com que essa caminhada, por mais pesada que seja, se torne mais tolerável.
4. Que pessoas ou espaços poderiam ser mais seguros para que você expressasse sua dor?
R: Com certeza, tenho pessoas com quem posso partilhar a minha dor. Mas, acima de tudo, sou grata ao meu Deus, que nunca me abandonou e sempre me colocou as pessoas certas ao meu redor tanto para aprender lições ou consolar. O meu melhor refúgio é o meu quarto, onde posso ser apenas eu mesma e, em oração, conversar com o meu melhor amigo.
5. Que palavras de acolhimento você gostaria de ter escutado?
R: Não deixe que a dor te leve para o lugar errado. Ela pode ser uma péssima aliada. Foque na gratidão pelo tempo que teve com a pessoa que partiu. Se for outra perda, trabalhe o desapego. Em qualquer situação, lembre-se: você importa.
6. Como você pode cuidar de si mesma com mais gentileza nesse momento?
R: Cuidando dos meus pensamentos, aprendi que eles são a porta para tudo que nos acontece. Eles nos levam ao sucesso ou ao fracasso, e são a fonte do nosso medo ou da nossa fé.
Com Carinho
Valquíria https://www.instagram.com/valtavira?igsh=d250NG4zN296Ym81