Independentemente do seu estatuto social, crença, tribo ou estado civil, a mulher africana sempre lutou pela preservação dos valores morais, hábitos e costumes, apesar de várias influências e imposições.

É, pois, Dia da Mulher Africana, desde os seres místicos aos reais, um sinónimo de força e superação. A mulher Africana carrega em seu DNA uma esteira tecida com fios de batalhas, necessidades, bloqueios e vitórias. É uma fonte de amor incalculável e força impositora, ela luta todos os dias para transpor as barreiras da escravidão mental, social e familiar.

Reescrevendo novas regras comportamentais e desmitificando alguns tabus, para além do ganha-pão, ela pauta-se na luta diária, na autovalorização e no resgate da sua identidade. Ao contrário do ser selvagem que se pensa ser, as africanas são dotadas de uma sapiência massiva, uma beleza incomparável, incansáveis guerreiras presentes em todas as frentes.

Na guerra e na paz, elas não saem da linha da frente como notáveis escudos, título a que correspondem a política, cultura, medicina, agricultura, ciência, militância, educação e a pesca, é essa fonte histórica que venceu todos os tabus, emancipando-se e assinando com letras de sangue e suor a sua contribuição para o desenvolvimento do continente e do mundo.

A luta contra a violência doméstica, violação sexual, anulação dos casamentos infantis, mutilação sexual, feminicídio e discriminação social, tem sido enfrentada gradualmente com uma postura cada vez mais activa e contributiva. Seria desleal se citasse alguns nomes de mulheres que se destacaram para esta luta diária, visto que em cada respirar germinam em cada banheira carregada de superação, em cada bancada da insistência, em cada folhar da enciclopédia da sobrevivência, uma rainha coroada pela vida, firmada na certeza de que a luta continua e a vitória é certa.

Bem-haja, mamã África!

Por Katharina Fortunato