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Projecto “Bola de Neve”

O Projecto “Bola de Neve”, nasceu depois de um grupo de pessoas perceberem que os pacientes e acompanhantes fugiam do Centro Nacional de Oncologia (CNO), agora designado em despacho ministerial, por “Instituto Angolano de Controle do Câncer ”(IACC).

Após a realização dos primeiros tratamentos, e quando se começava a revelar algumas melhorias, pais e familiares fugiam do Instituto e só regressavam muitos meses depois quando já pouco havia para fazer no que diz respeito ao controle da doença.

“Os pais traziam as crianças das províncias para Luanda e após a realização de alguns tratamentos, e ao sinal de alguns melhoramentos, os mesmos pegavam nos seus filhos e fugiam, ou regressavam às suas terras de origem. Não tinham onde ficar, não conseguiam fazer face às despesas de alojamento e alimentação, dormiam nos passeios contíguos ao Instituto, não tinham o que comer e acabavam por não ter alternativa. O que acontecia é que voltavam meses mais tarde, já com as crianças em fase terminal, em que pouco ou nada já poderíamos fazer ”, relata Ilda Duarte, fundadora do Projecto” Bola de Neve”.

Inserido no Programa de Luta Contra o Câncer (PLCC) dirigido pelo IACC, esta Organização Não Governamental (ONG) tem como missão de apoiar os projectos que procurem melhorar a assistência médica e medicamentosa dos pacientes portadores de câncer.
Numa fase inicial, este projecto dedicou-se a contribuir para a realização de projectos do CNO que captassem recursos financeiros e materiais para a promoção e implementação de políticas oncológicas e que visassem a assistência eficaz e multidisciplinar de doentes com câncer. Mas a solidariedade é muito mais do que isso, e o “Bola de Neve” assim se tornou devido às várias necessidades que vão surgindo, quer a nível de infraestruturas quer a nível pessoal.


Voluntárias - Liga do Amor

“A criação do “Projecto Bola de Neve”, em 2006, surgiu após termos realizado uma festa de Natal dedicada às crianças internadas no Instituto de Oncologia. Naquele momento percebemos que havia muito trabalho pela frente para minimizar o sofrimento das crianças. Nomeadamente tornar o local onde têm que passar boa parte do seu tempo num sítio agradável, onde possam brincar ”. Continuou Ilda Duarte.

A única unidade hospitalar em Angola que se dedica à prevenção, rastreio, diagnóstico e tratamento do câncer situa-se em Luanda, mas torna-se cada vez mais urgente abrir novos centros de oncologia noutras províncias para tornar mais fácil a vida de quem vem de longe para acompanhar os tratamentos.
Está já prevista a construção de mais cinco centros de oncologia, mas as obras ainda não se iniciaram e esta espera torna-se por vezes tardia.


André Panzo
Presidente da Liga Angolana contra o Cancro

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