Madó, pseudónimo de Madalena Capitão Zacarias, de 27 anos de idade, é uma humorista motivacional angolana, cantora, polícia e empreendedora. É uma mulher de história que vamos conhecer nesta edição, com destaque à essência da sua infância.
Antes que avancemos, é importante realçar o papel da família, visto que é a base da formação do indivíduo, ou o alicerce em que tudo começa. Com a influência da família, numa percentagem de 100%, a infância é responsável por 60% daquilo que somos e queremos ser.
“Não sinto saudade da minha infância, porque não tive uma infância agradável, se eu sentir saudade significa voltar a viver tudo de novo, não quero nem recordar todo aquele sofrimento. Ainda assim, vejo a diferença entre a criança de hoje e a criança de ontem. As crianças de ontem tinham uma mente mais fechada por conta do tempo em que se encontravam, tinham mais tempo de criar brincadeiras, não eram muito ligadas aos pais por medo, não havia internet, existiam crianças boas e malandras como hoje também. As crianças de hoje estão mais ligadas à internet e aos pais, não há muita brincadeira, existem crianças boas e malandras como antigamente”, começou por dizer.
A infância de Madó foi marcada por bullying, cresceu muito solitária por conta de algumas dificuldades na vida. Tempo mais tarde, isto é, na fase adulta, sem amigos, a internet tornou-se a sua grande companhia, é lá que começou a abordar determinados assuntos relacionados à nossa sociedade.
“Bullying mutila o ego das pessoas, só quem passou por isso sabe do que estou a me referir. A vida te ensina a encontrar forças onde não existe, você é o próprio defensor e quando dá volta por cima, não permita que nada nem ninguém te deixe para baixo. Isso se chama autoestima”, lamentou. Entretanto, o medo de ser rejeitada pelas pessoas foi um grande adversário, pelo que este sentimento a impedia de publicar os primeiros vídeos que fazia, mas quando os fizesse eliminava com muita frequência. Num belo dia, contou-nos, publicou um vídeo e, em seguida, apagou-o sem notar que já tinha vazado nas redes sociais.
Por outro lado, como consequência da solidão imposta pela infância, Madalena tornou-se uma pessoa pouco sociável, com preferência a amizades do sexo oposto. Todavia, não gosta de fofocas, é tímida, detesta aglomerações, é caseira e muito focada nos seus objectivos.
Para ela, a família é a base de tudo. Por ser uma mulher muito sensível, Madó possui uma capacidade de compreender emocionalmente o próximo, doando e ajudando sem olhar para quem quer que seja. Muitas vezes, apesar da bondade que carrega no seu coração, é recompensada com decepção e ingratidão.
“A educação que recebi moldou a mulher que sou hoje. Pois, carrego até hoje os valores morais que recebi da família. Sou filha de mãe pastora, aparento não ser muito ligada a Deus, mas sou, e aprendi muito sobre Deus por intermédio da minha mãe, por isso, não julgo ninguém porque sei que este é o trabalho de Deus”, revelou-nos. “Eu hoje sou o que sou graças ao sr. Francisco e a dona Rosa. Os meus progenitores souberam me lapidar de maneira a não os decepcionar, mas, como sempre, não somos perfeitos. Como toda filha, também ficam desapontados comigo, mas nada muito grave”, continuou.
Para finalizar, num conjunto de acontecimentos, uma vez que as tristezas não pagam dívidas e sorrir é estar de bem com a vida, chegou o humor, com ele surgiu também a fama, o que exigia muito de si, inclusive a maneira de se apresentar, porém, como ela mesma garante, trouxe muitas bênçãos.
“A princípio era vista como maluca e hoje sou respeitada pelo que faço. Agradeço aos meus seguidores pelo carinho e compreensão, a página Cenas Boas, agradeço muito pelo carinho de todos”, finalizou.
Por: Catarina Fortunato